quinta-feira, 25 de março de 2010

Ministério Público 

pede à Globo 

que explique 

como se contrai AIDS

 

Ação foi movida após participante do reality show dizer que 'hetero não pega aids'

 

 

24 de março de 2010 | 13h 09
Solange Spigliatti, do estadao.com.br

Após uma conversa sobre Aids entre os participantes do Big Brother Brasil 10, veiculado no começo de fevereiro pela TV Globo, o Ministério Público Federal (MPF) moveu uma ação para que a emissora explique como se contrai a doença.
Divulgação/Rede Globo
Divulgação/Rede Globo
O participante Marcelo Dourado (à direita) disse que 'mulher não passa aids para homem'
A conversa ocorreu em 2 de fevereiro, mas foi ao ar na edição dos melhores momentos do programa de 9 de fevereiro. Segundo o MPF, o participante Marcelo Dourado disse em conversa com outros participantes que "hetero não pega AIDS", e que obteve a informação com médicos. Ele disse também: "Um homem transmite para outro homem, mas uma mulher não passa para o homem".
Para o autor da ação, o Procurador Regional dos Direitos do Cidadão em São Paulo, Jefferson Aparecido Dias, ao optar pela exibição desta fala do participante, a emissora acabou "prestando um desserviço para a prevenção da Aids no Brasil".
A ação cautelar preparatória de ação civil pública, com pedido de liminar, foi ajuizada nesta quarta-feira, 24, para que a Rede Globo exiba, enquanto ainda estiver no ar o BBB 10, que termina no próximo dia 30 de março, um esclarecimento à população sobre as formas de contágio do vírus HIV, conforme definidas pelo Ministério da Saúde.
O MPF instaurou Inquérito Civil Público para apurar o dano à sociedade causado pela exibição da conversa do participante Marcelo Dourado com outros moradores da casa do BBB 10 em que este declarou também que um homem portador do vírus da AIDS "em algum momento teve relação com outro homem".
Após exibir o trecho editado da fala de Dourado, a emissora, avalia o MPF, "deixou de fornecer informações corretas sobre as formas de transmissão do vírus HIV". O apresentador Pedro Bial se limitou a dizer logo após a exibição do trecho que "as opiniões e batatadas emitidas pelos participantes deste programa são de responsabilidade exclusiva dos participantes deste programa. Para ter acesso a informações corretas sobre como é transmitido o vírus HIV, acesse o site do Ministério da Saúde".
Dias questionou a Globo sobre o episódio e a emissora respondeu que o BBB não conta com um roteiro, sendo espontâneas as manifestações de seus participantes e que, "qualquer manifestação preconceituosa ou equivocada () não reflete o posicionamento da TV Globo sobre o tema". Na resposta, a emissora disse ainda que "o esclarecimento feito pelo apresentador do programa foi a providência tomada pela TV Globo, por liberalidade".
Na ação, o MPF afirma que a urgência para a concessão da liminar "é cristalina" e que a ação preenche os requisitos, inclusive, para que seja concedida a medida judicial sem que a emissora seja ouvida, uma vez que o BBB 10 deve terminar dia 30 de março e que, se não for concedida a liminar, "o público alvo do programa continuará desinformado".

Disponível em:
http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,mpf-pede-a-tv-globo-que-explique-no-bbb-10-como-se-contrai-a-aids,528576,0.htm   
acessado em 25 de março de 2010 às 17:47 h

terça-feira, 2 de março de 2010

A beesha feminina incomoda


Por Marcelo Hailer 4/2/2010 - 12:19



Falar sobre isso é tão anos 90, mas depois das reações de boa parte do publico gay em relação ao Sergio do Big Brother, fez ver o quanto boa parte das gay são preconceituosas com aqueles que deveriam apoiar, visto que todos os gays, másculos ou não, são vitimas da homofobia.

Mas por que o Sergio incomoda tanto? Simples: joga na cara de um monte de gay aquilo que elas gostariam de fazer em público, mas não fazem por N motivos e recalcam e acaba nisso, homofobia internalizada. Tal reação também é fruto da heteronormativade: o sistema que prega que todos devem ser HT, ou se for beesha, se portar de maneira masculina e não se beijar em público... Esse tipo de coisa.

Fazer parte de alguma letra do LGBT é romper naturalmente com tudo aquilo que conhecemos como forma de viver em sociedade no que diz respeito a sexualidade e contra esse jeito de viver, digamos, homossexual, há todo um aparato repressor: igreja, medicina, política e cultural para nos fazer pensar como heterossexuais. A partir desse ponto de vista é até compreensível o preconceito das gays "masculinas" com as gays femininas a partir da figura de Sergio, porém não é aceitável.

Essa postura é a mesma dos reacionários higienistas. Estes aceitam o cidadão negro se ele alisar o cabelo, se gostar de usar Armani e detestar o dread, o Black Power e outros símbolos de sua cultura afro. Com as gays acontece mesma coisa: ela é aceita - aí incluímos a família - se não for feminina, se for discreta, tiver uma relação TFP (para ser igual aos HT)... Enfim, essa é uma discussão antiga, mas calcada em um preconceito - machismo gay - que persiste em permanecer entre gays machistas e misóginas, pois a ojeriza por Sergio é a mesma que essas gays tem por travestis, transexuais e mulheres, sejam lésbicas ou não.

Eu continuarei a torcer por Sergio e Dimmy, que estes dois dêem muita pinta, que o Sergio fique pelado quando bem entender, que a Dimmy sambe em cima do salto alto... Enfim, adoro a feminilidade masculina, esta sim é transgressora e deixa a galera de cabelo em pé: O homem pode ser assim? É o que muita gente deve se perguntar. Também continuarei a sentir por aqueles que morrem de inveja da beesha feminina que se maquia e ainda por cima faz o boy marrento na cama.


Referência:
                   Hailer, Marcelo, in  A beesha feminina incomoda.  Disponível em http://acapa.virgula.uol.com.br/site/noticia.asp?codigo=10229&todos=1&#comente Acessado em 23 de fevereiro de 2010 às 22:25 h.